segunda-feira, 18 de agosto de 2008







ANGELA BEATRIZ



À SOMBRA DO EU!





Como fui ingênua, como pude acreditar!

Foi preciso perder-me em ti,

Ficar cega e às lágrimas

desembaçar o que já estava à cara;

Teu amor egoísta, sufocante, ateu.

Roubou-me em ânsia o melhor que era meu,

fizeste-me fazer-te feliz a qualquer preço

nem pensaste que a felicidade em mim

Era de também valor e precioso apreço.

Não há vida a dois se a solidão é a que mais vive,

quando a alegria é única nada vale a pena.

O prazer forjado vai morrendo no declive

ser figurante é tomar pra si todo flagelo.

Cansada de ti, cansada de mim saio de cena,

levo comigo a culpa do indócil permitido.

No silêncio recurvo à sombra do eu e revelo,

tudo de mim teria se nada de ti houvesse conhecido!

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